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Embaixador houthi no Irã elogia posições de Lula sobre Gaza e pede relações diplomáticas com o Brasil

Em entrevista exclusiva em Teerã, Ebrahim Al-Dailamni relatou vitória em acordo com EUA que mantém ataques contra Israel

10.jun.2025 às 12h00
Atualizado em 12.jun.2025 às 15h56
Enviado especial a Teerã (Irã)
Nicolau Soares
O embaixador houthi no Irã, Ebrahim Al-Dailamni, em entrevista concedida em Teerã

O embaixador houthi no Irã, Ebrahim Al-Dailamni, em entrevista concedida em Teerã - Luiz Carlos Azenha

Ebrahim Al-Dailami, embaixador do Iêmen no Irã, não é um diplomata qualquer. É representante dos houthis no Irã, país que é principal aliado do grupo armado iemenita de minoria muçulmana xiita que desde 2015 controla a capital, Sana e a maior parte do território do país. Além de embaixador, ele é também importante liderança do movimento que abalou a economia mundial e, segundo suas próprias palavras, fez a maior potência do globo recuar.

“Quando a agressão a Gaza prosseguiu, Trump agrediu o Iêmen para nos impedir de apoiar a Palestina, como vocês sabem, e disse naquela época que exterminaria os iemenitas e os enviaria para o inferno. Ele pensou que tais declarações nos aterrorizariam, nos fariam ter medo, e pararíamos de apoiar os palestinos, mas decidimos confrontá-lo. As forças armadas iemenitas atacaram portas-aviões no Mar Vermelho que estavam atacando o Iêmen, principalmente o porta-aviões Harry Truman. E Trump ficou surpreso”, relata.

“Porque estamos acostumados ao fato de que quando portas-aviões se aproximam da costa de qualquer país, esse país se rende e se submete à América, mas no Iêmen aconteceu o oposto, pois o Iêmen está atacando os portas-aviões com drones e mísseis. Abatemos cerca de vinte drones chamados MQ-9, que são o orgulho da indústria americana de drones. Também abatemos três [aviões do tipo caça] F-18. As forças de defesa aérea do Iêmen também quase abateram um F-35 [também um caça], mas ele sobreviveu milagrosamente. Impedimos a agem de navios de guerra e civis americanos pelo Mar Vermelho. Trump anunciou que abriria a rota de navegação para navios americanos à força, mas falhou.”

No dia 6 de maio, o presidente estadunidense, Donald Trump, anunciou um acordo de cessar-fogo com os houthis após dois meses de bombardeios contra alvos no Iêmen. A operação teria despejado cerca de 2 mil bombas e mísseis no país e custado mais de US$ 1 bilhão (R$ 5, 5 bi), de acordo com uma reportagem da rede estadunidense NBC.

O acordo entre EUA e o governo houthi, segundo o embaixador, foi mediado por Omã, a pedido de Trump. Inicialmente, os estadunidenses queriam o fim dos ataques também contra Israel, mas os iemenitas não aceitaram.

“Ele disse que os americanos se ofereciam para parar de bombardear o Iêmen em troca de permitir que seus navios e navios israelenses assem pelo Mar Vermelho. Dissemos a ele que o impedimento aos navios israelenses está ligado à interrupção da agressão e ao levantamento do cerco a Gaza”, conta. “Então os americanos voltaram e fizeram uma nova oferta, que era permitir que seus navios assem pelo Mar Vermelho em troca do fim da agressão contra o Iêmen, e com a mediação de Omã, nós aceitamos.”

As declarações foram dadas em entrevista exclusiva a um pool de jornalistas de veículos independentes brasileiros, representados por Nicolau Soares, do Brasil de Fato, Luiz Carlos Azenha, da Revista Fórum, Pedro Marins, do Opera Mundi, e Leonardo Sobreira, do Brasil 247.

O embaixador Al-Dailami chegou à entrevista usando vestimenta branca tradicional no país. As mãos, adornadas com anéis, carregavam uma bengala de madeira com uma águia esculpida na ponta. Na cintura, uma adaga.

Cercado por seguranças, cumprimentou os repórteres à distância, caminhando pelo estacionamento do hotel em Teerã com imponência. Quando um dos jornalistas fez menção de se aproximar para colocar o microfondeclarae em sua lapela, foi impedido por um dos membros de sua escolta: nada de chegar perto.

A bengala e a adaga complementam a vestimenta tradicional iemenita – Foto: Luiz Carlos Azenha

Abriu a conversa elogiando o Brasil e o presidente Lula por suas declarações contra o genocídio promovido por Israel em Gaza, pedindo ainda o estabelecimento de relações diplomáticas entre Iêmen e Brasil. Qualquer eventual assunto consular é tratado pela representaçção brasileira na vizinha Arábia Saudita.

“A verdade é que acreditamos que os povos da América Latina estão muito próximos dos povos de nossas nações árabes e islâmicas, pois sofrem do mesmo sofrimento que nós. No topo desses desafios comuns estão aqueles enfrentados por nossos países e povos, vocês e nós: o problema da hegemonia europeia e americana em primeiro lugar”, disse ele.

“Claro que não podemos esquecer de destacar que o líder de vocês, Lula da Silva, tem posições sobre questões árabes, especialmente sobre a questão palestina, que são bem conhecidas, e nós as apreciamos e respeitamos muito. Por meio desta entrevista, esperamos e ansiamos pelo estabelecimento de relações econômicas, políticas e diplomáticas entre o Iêmen e o Brasil.”

Apoiados pelo Irã, inimigo de Israel, os houthis estão em guerra com o governo do Iêmen – país mais pobre do Oriente Médio – desde 2014 e controlam grande parte desta nação da Península Arábica, situada a mais de 1,8 mil quilômetros do território israelense. Os houthis, juntamente com o grupo palestino Hamas e o Hezbollah libanês, fazem parte do que o Irã apresenta como o “eixo da resistência” contra Israel. No entanto, Teerã nega fornecer ajuda militar aos houthis.

Leia abaixo a íntegra da conversa:

Donald Trump recentemente disse que vai parar de bombardear os houthis no Iêmen. Houve algum acordo entre o Iêmen e Donald Trump?

Ebrahim Al-Dailami – Em nome de Deus, em primeiro lugar, eu, frente a profissionais da mídia do Brasil, um país amigo, estendo minhas saudações e respeito ao governo brasileiro e ao povo irmão brasileiro. Nós acreditamos que o Brasil e muitos países e governos da América Latina estão apoiando sinceramente a causa palestina. De fato, acreditamos que os povos da América Latina estão muito próximos dos povos de nossas nações árabes e islâmicas, pois sofrem do mesmo sofrimento que nós.

No topo desses desafios comuns estão aqueles enfrentados por nossos países e povos, vocês e nós; o problema da hegemonia europeia e americana. E  claro que nunca vamos esquecer de destacar que o líder de vocês, Lula da Silva, tem posições sobre questões árabes, especialmente sobre a questão palestina, que são bem conhecidas, e nós as apreciamos e respeitamos muito.

Por meio desta entrevista, esperamos e ansiamos pelo estabelecimento de relações econômicas, políticas e diplomáticas entre o Iêmen e o Brasil. Há algo em comum entre o Iêmen e o Brasil, sabem o que? O café. A origem do café brasileiro é o Iêmen. O cafeeiro, as sementes do café, foram levadas por viajantes portugueses, do Iêmen para o Brasil, há aproximadamente 400 anos.

Em relação à sua pergunta sobre Trump: como vocês sabem, um massacre, um genocídio, está ocorrendo na Palestina há quase vinte meses. A República do Iêmen, as Forças Armadas do Iêmen e o povo iemenita assumiram a responsabilidade de apoiar a Palestina e defender o povo oprimido de Gaza contra a agressão israelense. Como vocês sabem, esta agressão a Gaza é apoiada pelas potências sionistas ocidentais, lideradas pela Europa e pelos Estados Unidos.

É claro que os Estados Unidos e a Europa tentaram impedir que o Iêmen apoiasse a Palestina. Formaram uma coalizão naval para impedir que o Iêmen apoiasse a Palestina. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha atacaram o Iêmen, ataques feitos por aviões de guerra, durante o mandato do presidente Biden. Quando a agressão a Gaza foi retomada, Trump prosseguiu com a agressão ao Iêmen para nos impedir de apoiar a Palestina, e disse naquela época que exterminaria os iemenitas e os enviaria para o inferno.

Ele pensou que tais declarações nos aterrorizariam, nos fariam ter medo, e fariam com que parássemos de apoiar a Palestina, mas decidimos confrontá-lo. As forças armadas iemenitas atacaram portas-aviões no Mar Vermelho que estavam atacando o Iêmen, principalmente o porta-aviões Harry Truman. E Trump ficou surpreso.

Porque estamos acostumados ao fato de que quando portas-aviões se aproximam da costa de qualquer país, esse país se rende e se submete à América, mas no Iêmen aconteceu o oposto, pois o Iêmen está atacando os portas-aviões com drones e mísseis. Abatemos cerca de vinte drones chamados MQ-9, que são o orgulho da indústria americana de drones. Também abatemos três F-18. As forças de defesa aérea do Iêmen também quase abateram um F-35, mas ele sobreviveu milagrosamente. Impedimos a agem de navios de guerra e civis americanos pelo Mar Vermelho. Trump anunciou que abriria a rota de navegação para navios americanos à força, mas ele falhou. Claro que você sabe que nós apenas estávamos impedindo a agem de navios israelenses, e não os navios do resto do mundo. Mas Trump disse que abriria caminho para navios americanos e também para os israelenses.

Nós dissemos, e as forças armadas anunciaram antes da agressão americana contra nós, que só tínhamos como alvo navios israelenses, mas quando Trump atacou o Iêmen, incluímos os navios americanos entre nossos alvos. É importante dizer que o motivo para impedir a agem de navios americanos pelo Mar Vermelho é que os americanos atacaram o Iêmen. Quando Trump falhou em abrir caminho para navios americanos e israelenses e falhou em eliminar as capacidades de mísseis e a liderança iemenita, ele solicitou assistência ao Sultanato de Omã. Trump pediu aos omanenses que mediassem conosco. Ele disse que os americanos se ofereciam a parar de bombardear o Iêmen em troca de permitir que seus navios e navios israelenses assem pelo Mar Vermelho. Dissemos a ele que o impedimento aos navios israelenses está ligado à interrupção da agressão em Gaza e ao levantamento do cerco a Gaza.

Quanto à Marinha americana, ela costumava ar com segurança até os Estados Unidos atacarem o Iêmen. No ado, ela costumava ar sem problemas. Então os americanos voltaram e fizeram uma nova oferta, que era permitir que navios americanos assem pelo Mar Vermelho em troca do fim da agressão contra o Iêmen, e com a mediação de Omã, nós aceitamos. E os americanos até o último momento tentaram nos impedir de atacar a entidade sionista com mísseis. Finalmente, os americanos concordaram em parar de atacar o Iêmen em troca da permissão para a agem de navios americanos e da continuação do nosso ataque a Israel. Ele finalmente concordou, ou seja, disse: “Ataquem Israel. Não tenho nada a ver com isso.” Consideramos que o que aconteceu nesta mediação entre nós e Trump foi uma vitória para o Iêmen e um fracasso, um recuo e uma derrota para os americanos.

Há uma semana, o porta-aviões Harry Truman retornou à América. Os americanos comemoraram o retorno seguro de seus marinheiros. Como vocês sabem, todos os porta-aviões que costumavam retornar à América eram recebidos com alegria, quando eram considerados vitoriosos, mas não porque retornassem em segurança. Esta é a vitória iemenita materializada no que aconteceu. O porta-aviões americano não conseguiu atingir seus objetivos no Iêmen e não conseguiu nenhuma vitória. Então essa é a primeira pergunta, desculpe a resposta tão longa, mas é necessária .

O senhor falou dessa unidade entre povo, exército e governo do Iêmen em solidariedade à Palestina. Recentemente houve um ataque do Iêmen a Israel, contra a ocupação dos territórios, além de uma série de outras ações nos últimos meses. Por que os iemenitas, mesmo tendo ado por situações tão complicadas nos últimos anos, com guerras, com bombardeios da Arábia Saudita, se mantêm firmes, fazendo ações contra Israel e em solidariedade a Gaza? De onde vem essa firmeza?

Boa pergunta. A amizade entre o povo iemenita e palestino não é nova. Nós, no Iêmen, sofremos injustiças e conhecemos a injustiça. Nossa compaixão pelos nossos irmãos palestinos foi maior porque sentimos a tragédia e a injustiça a que os palestinos estão expostos.

Graças a Deus, quando esta batalha começou na Palestina, todo o povo iemenita saiu em manifestações, exigindo que o exército iemenita e o governo iemenita interviessem nesta batalha ao lado dos palestinos. Isso significa que a decisão de apoiar não foi tomada pelas forças armadas. Foi o povo que saiu às ruas exigindo que as forças armadas apoiassem a Palestina, em manifestações de milhões de pessoas.

Quando percebemos que o mundo inteiro, infelizmente, ou a maioria dos países do mundo, apoiava Israel, não podíamos ficar de braços cruzados, assistindo o mundo inteiro apoiar Israel enquanto ninguém apoiava ou ajudava os palestinos. Vimos que as Nações Unidas não ajudaram os palestinos e não conseguiram impedir a guerra. Vimos que o direito internacional não fez nada pelos palestinos, nem a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica. Mas não podíamos ficar parados, então decidimos ajudar. Concluindo, nos sentimos injustiçados e sentimos o que os oprimidos sentem, e é nossa obrigação ajudá-los.

Qual é a situação do Iêmen após tantos anos de guerra? Como você vê o futuro do Iêmen?

Em primeiro lugar, os problemas não estão apenas no Iêmen, o mundo inteiro está sofrendo problemas. A base desses problemas é a hegemonia e a busca pelo controle dos povos pelo Ocidente colonial, liderado pelos Estados Unidos. A base dos problemas do mundo inteiro é a hegemonia do Ocidente e sua busca por apropriar-se das riquezas dos povos.

Perceba que há uma guerra na Ucrânia, entre a Ucrânia e a Rússia, que já dura cerca de três anos, e há algumas semanas houve conflitos entre o Paquistão e a Índia, além de haver guerras no Sudão, na Líbia e na Palestina, o que significa que o mundo inteiro está ardendo em problemas e guerras; todas provocadas por esses países. Há também países que foram e ainda estão sancionados, como a República Islâmica do Irã, que sofre com um cerco e ameaças contínuas.

O problema do futuro do Iêmen: pensamos que, se Deus quiser, será um bom futuro, pois nosso país está caminhando em direção ao aumento da produção agrícola e industrial e alcançando a autossuficiência. Estamos fazendo isso para nos livrar dos efeitos do bloqueio no Iêmen, porque há um bloqueio econômico no Iêmen; então estamos caminhando com a produção. Também construímos um exército forte e profissional e fabricamos todas as nossas necessidades militares.

Além disso, a localização do Iêmen é muito importante, sua localização geopolítica. E o Iêmen tem alguns recursos: gás, petróleo, peixes e minerais. Contudo, nossa principal riqueza é o nosso povo. Nosso povo é composto por aproximadamente 40 milhões de pessoas. 75% deles são jovens. Nosso povo é bem educado, corajoso e muito ativo; não tem preguiça.

Estamos falando do Iêmen, que é chamado de cemitério dos invasores. O Iêmen é chamado de cemitério dos ocupantes, o que significa que é o cemitério do colonialismo. Temos um cemitério muito grande para os turcos no Iêmen. Temos um cemitério maior para os ingleses. Temos um grande cemitério para egípcios. Nos últimos anos, derrotamos a Arábia Saudita e os americanos em uma derrota esmagadora, e estamos preparando um cemitério para eles também [risos]. A propósito, também temos um cemitério muito pequeno, como esta sala, para os portugueses.

[O tradutor interrompe, perguntando se deve traduzir esta parte]

Normal, normal, traduza, traduza. Portugueses, não brasileiros. Portugueses! Eles vieram para colonizar o Iêmen e nós os enterramos. O que eu quero dizer: todos aqueles que vieram ao Iêmen para atacar o Iêmen, nós os enterramos lá. É por isso que o Iêmen é chamado de cemitério dos invasores.

Nós no Iêmen temos um grande sentimento pela liberdade, queremos ser livres. É verdade que dizem que o Iêmen é pobre e seu povo está enfraquecido, mas nós somos livres. Para nós, pobreza e fraqueza são pobreza e fraqueza de dignidade, não de capacidades. Por exemplo, você acompanhou a visita de Trump aos estados do Golfo. Alguns países árabes do Golfo, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, têm muito dinheiro e capacidade financeira, mas não têm dignidade. Ele tirou bilhões deles. Veja a diferença. Ele veio para pegar o dinheiro deles, mas não deu importância a eles; e veio lutar contra nós, e nós o derrotamos. Veja a diferença.

O senhor mencionou o presidente Lula e sua posição sobre a Palestina. Há outros países que não são islâmicos, como Colômbia e México, e que estão se posicionando também neste momento. Qual é a importância disso?

A questão palestina não é apenas uma questão islâmica, é também uma questão humana. É por isso que eu disse a vocês no início da reunião que valorizamos e apreciamos as posições dos países latino-americanos em relação à causa palestina. Isso é uma prova da sua humanidade e liberdade.

Por estarem na América Latina, devido à sua proximidade com os Estados Unidos, vocês conhecem a extensão dos crimes, da brutalidade e da agressão dos Estados Unidos da América. Vocês sabem disso melhor do que outros.

Além disso, há as posições vergonhosas e infames de alguns países islâmicos, como resultado do fato de que os governantes desses países árabes e islâmicos são, infelizmente, traidores, agentes trazidos pelo colonialismo para governar esses países. Você sabe que não há democracia nesses países, alguns árabes e islâmicos, e não há eleições sérias e reais. Pelo contrário, quem governa esses países é um grupo de espiões. Não há eleições e não há liberdade. Eu lhes digo que esses governantes são espiões, não apenas agentes. Esses governantes não surgiram da vontade do povo. Eles surgiram por meio de planos, conspirações e operações de inteligência realizadas pelo colonialismo. Isso não acontece apenas em países árabes e islâmicos, mas também em alguns países latino-americanos. Há governantes espiões, e na Ásia e na África também; em todos os lugares.

Esses governantes não trabalham pelos interesses de seu povo, mas sim pelos interesses do colonialismo. Na verdade, não gostamos ou desgostamos do uso do termo colonialismo, mas preferimos o termo “estados imperialistas”. Mas essa realidade não durará e mudará, e o povo do mundo, se Deus quiser, dará sua posição e se levantará contra sua opressão e rejeitará essa hegemonia. A Palestina será livre. E Israel desaparecerá.

Houve o assassinato de um líder sênior do Hamas, Ismail Haniyeh, aqui no Irã. Você não se preocupa com a sua segurança pessoal?

Primeiro, o Irã é um país forte e grande, com grande segurança. A segunda coisa é que estamos sempre prontos, somos guerreiros e não tememos ninguém além de Deus Todo-Poderoso.

Outra coisa: nosso sangue não é mais precioso que o sangue dos palestinos. Temos um provérbio no Iêmen que diz: “Tudo o que desce do céu inevitavelmente atingirá a terra”. Isso significa que o destino – a ordem de Deus – está decidida. Diz também um versículo do Alcorão: “Quando chegar a sua hora, eles não a adiarão nem uma hora, nem a adiantarão”.

E outro versículo: “E com Ele estão as chaves do invisível. Ninguém as conhece, exceto Ele. E Ele sabe o que está na terra e no mar. Nenhuma folha cai sem que Ele saiba. E não há grão algum nas trevas da terra, nem coisa úmida ou seca que não esteja escrita em um livro claro.”

O Comandante dos Fiéis e Mestre dos Guardiões, Imam Ali (que a paz esteja com ele), diz: “Saibam que sua vida, enquanto vocês são oprimidos, é morte, e sua morte, enquanto vocês são vitoriosos, é vida.” Isso significa que se vocês estão vivos, mas são humilhados, isso é morte. Isso não é vida. Se vocês estão vivos, mas oprimidos, isso é morte. A vida está na sua morte como guerreiros, o que significa que vocês vivem quando são martirizados e derrotam e conquistam seu inimigo com seu martírio. O Imam Ali, que a paz esteja com ele, também diz: “O mujahid [combatente] não deve dormir muito, mas sim permanecer acordado e alerta e não dormir, porque se ele dormir, seu inimigo não dormirá.” O inimigo e os inimigos sabem que quando eles nos atacarem, não ficaremos de braços cruzados, mas responderemos ao ataque. E quando eles matarem alguns de nós, nós mataremos alguns deles. Deus Todo-Poderoso diz: “Portanto, quem quer que vos ataque, atacai-o na mesma proporção em que ele vos atacar.” Este é o Alcorão. O mais importante aqui é que não somos nós que iniciamos a agressão. O Alcorão exige que não iniciemos a agressão, isto é, que não iniciemos a agressão contra ninguém, exceto aquele que nos atacou.

Não sabíamos que iríamos te encontrar. Se soubéssemos, teríamos trazido um pacote de café brasileiro para você.

Não, diga a ele que não aceitaríamos café brasileiro. Pelo contrário, seremos nós que lhe daremos café iemenita, para vocês verem o que é café! [risos]

*Nicolau Soares esteve em Teerã a convite oficial da fundação Khayyam entre os dias 01/06/2025 e 08/06/2025.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
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