No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado neste sábado (14), a médica Solivanda Alves, supervisora do Serviço de Hemoterapia do Santa Marcelina Saúde, reforça a importância da doação contínua para garantir o funcionamento dos hospitais. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ela lembra que o sangue é insubstituível no tratamento de doenças graves e em casos de emergência.
“Ainda temos muitas doenças que, no tratamento, precisam de transfusão de sangue”, afirma. “Ainda não temos esse tipo de produto industrializado, dependemos das doações”, acrescenta.
Segundo a médica, apenas o Hospital Santa Marcelina, na zona leste de São Paulo, utiliza cerca de 4 mil bolsas por mês. Para atingir esse volume, são necessários cerca de 120 doadores por dia. “Uma única doação pode ser fracionada em três componentes: hemácia, plaqueta e plasma”, explica.
Quem pode doar
Para doar sangue, é necessário:
- Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam de autorização);
- Pesar mais de 50 kg;
- Estar em bom estado de saúde;
- Levar documento com foto.
Alves informa que não podem doar temporariamente pessoas com gripe, resfriado ou em uso de antibióticos. Já doenças cardíacas, pulmonares ou outras condições graves podem impedir a doação de forma definitiva.
No dia da doação, é feita uma triagem com perguntas sobre cirurgias e outras situações recentes.
Inclusão de pessoas LGBTQIA+
Desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020, restrições que impediam homens homossexuais de doar sangue aram a ser inconstitucionais. “Agora só avaliamos se o parceiro é conhecido e se há risco de doença transmissível, como fazemos com todos os doadores”, aponta a médica.
Ela também esclarece que mulheres trans podem doar normalmente, assim como homens trans que não estejam fazendo reposição hormonal com testosterona nos últimos seis meses. “Uma doação a mais já ajuda um paciente a mais. Toda doação é bem-vinda”, diz.
Para saber onde doar, é possível consultar o hemocentro mais próximo da sua cidade ou região. “O primeiro o é ter boa vontade de vir até um serviço de banco de sangue e trazer um documento com foto”, declara Alves.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.