Para pesquisadora, gênero faz parte de projeto político ligado à extrema direita usado para inviabilizar reforma agrária 6863
O post ‘Agronejo’ no topo das paradas: como o sertanejo é usado para esconder as contradições do agronegócio apareceu primeiro em Brasil de Fato.
]]>Com letras que exaltam caminhonetes de luxo, gado de raça e fazendeiros milionários, o sertanejo tem se consolidado como a trilha sonora do agronegócio. Para a pesquisadora Ana Chã, autora do livro Agronegócio e Indústria Cultural, o chamado “agronejo” se tornou uma poderosa ferramenta de propaganda que ajuda a construir uma imagem positiva do setor agropecuário, escondendo suas contradições sociais, econômicas e ambientais. O gênero lidera as plataformas digitais no Brasil nos últimos anos.
“O agronejo faz parte desse grande projeto político, cultural e econômico do agronegócio, numa tentativa de criar uma identidade nacional como o agro, esse agro que quer ser tudo”, afirma Chã, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. O estilo representa uma virada no imaginário sobre o campo: enquanto o sertanejo das décadas adas retratava a vida rural com nostalgia e simplicidade, o agronejo vende uma ideia de sucesso e sofisticação, com elementos do pop, funk e eletrônico.
Chã analisa que essa estética da ostentação serve também para apagar os conflitos existentes no campo. “A música é uma forma de esconder primeiro essa complexidade da questão agrária brasileira, que há conflito, movimentos sociais que lutam pela terra”, diz. Para ela, ao repetir o slogan de que “o agro é tudo”, o discurso musical ajuda a inviabilizar debates sobre alternativas como a reforma agrária e a agricultura familiar. Enquanto se vende como única solução, o agronegócio “não gera emprego, tem muitas denúncias de trabalho análogo à escravidão e produz uma série de problemas ambientais”, reforça.
A autora também chama atenção para o alinhamento do agronejo com a extrema direita. “É uma defesa de um projeto político conservador, com valores nacionalistas”, avalia. Ela menciona a tentativa de entrada de cantores sertanejos na política, como no caso de Gusttavo Lima, que se lançou como pré-candidato à presidência no início do ano, e depois voltou atrás. Ela aponta que o gênero se tornou parte de uma “guerra cultural” com forte apelo moral e ideológico, ligado à promoção do “capitalismo selvagem”.
Ana Chã destaca que a influência do agronegócio no campo da cultura vai além da música e se estende a rodeios, feiras agropecuárias, novelas e ações em escolas e bibliotecas. Mas é principalmente o agronejo, com sua popularidade nas plataformas digitais, que ocupa o papel de “braço cultural do agro”, um projeto de poder que disputa os rumos da sociedade brasileira.
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
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]]>Voz conhecida da esquerda na internet, a estudante recebeu mensagens de ódio antes da tentativa de feminicídio
O post Influenciadora Laura Sabino sobrevive a tentativa de assassinato e sofre ataques nas redes apareceu primeiro em Brasil de Fato.
]]>Na manhã de 14 de março, uma sexta-feira, a influenciadora Laura Sabino estudava em seu quarto, em Belo Horizonte (MG), quando sofreu uma tentativa de assassinato. Ela estava debruçada sobre um livro quando ouviu um barulho na sala de casa. Pensou que poderia ser o seu gato e levantou a cabeça para olhar. Mas o que ela viu, pela fresta da porta, iria assombrar a sua vida para sempre.
Nos 20 minutos seguintes, Sabino seria atingida com pelo menos nove golpes de faca desferidos pelo próprio irmão, que ainda tentou queimá-la viva. As facadas perfuraram seu abdômen, braços e ombros. Não se trata, porém, de um episódio isolado de violência doméstica, mas sim o resultado de anos de ameaças sistemáticas que misturam misoginia, perseguição política e falhas crônicas do Estado, segundo ela relata.
Documentos obtidos pela Agência Pública revelam que nem mesmo os cinco boletins de ocorrência, a inclusão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e uma medida protetiva concedida cinco dias antes do ataque foram suficientes para livrar a influenciadora da agressão que quase a levou à morte.
Com quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais, Laura Sabino é uma das vozes mais conhecidas da esquerda na internet. Aos 25 anos, a estudante de História produz conteúdo sobre política desde 2019, e vários de seus posts “furaram a bolha” e viralizaram para fora do seu público – como quando fez um vídeo rebatendo argumentos do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira sobre o escândalo do INSS.
Naquela sexta-feira, a influenciadora havia comprado um bolo e preparado suco para receber o pai, que estava voltando de um pós-doutorado em Portugal. Sabino tem uma profunda iração por ele, que foi o primeiro da família com formação superior, depois de vender salgados na rua para ajudar na renda da família. Ele trabalhou como professor da rede pública mineira por duas décadas e, hoje, dá aulas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde a filha também estuda.
Dois dias antes do ataque, um influenciador de direita com milhares de seguidores publicou uma fake news sobre Sabino, em que a associava a drogas e a acusava de maltratar funcionários de um prédio na Zona Sul de Belo Horizonte (onde ela nunca morou). Ela desmentiu e anunciou medidas judiciais contra o autor do post, mas ainda assim, a mentira se espalhou como rastilho de pólvora.
Nas 48 horas seguintes, a influenciadora recebeu uma montanha de mensagens de ódio e sofreu a tentativa de assassinato. Para ela, os fatos podem estar relacionados. Durante o ataque, de acordo com a influenciadora, o irmão fez menções que remeteram à notícia falsa. “Ele disse que eu era um personagem da internet, que defendo patifarias, que por isso eu estava me fodendo na internet”, afirma.
Há anos a influenciadora é atacada nas redes sociais pelos seus posicionamentos políticos, o que quase sempre descamba para agressões e ameaças. Uma das situações traumáticas foi quando usuários anônimos viralizaram um vídeo pornô como se fosse ela nas imagens – na verdade, era apenas uma outra mulher ruiva.
Na manhã de 14 de março, uma sexta-feira, a influenciadora Laura Sabino estudava em seu quarto, em Belo Horizonte (MG), quando sofreu uma tentativa de assassinato. Ela estava debruçada sobre um livro quando ouviu um barulho na sala de casa. Pensou que poderia ser o seu gato e levantou a cabeça para olhar. Mas o que ela viu, pela fresta da porta, iria assombrar a sua vida para sempre.
Nos 20 minutos seguintes, Sabino seria atingida com pelo menos nove golpes de faca desferidos pelo próprio irmão, que ainda tentou queimá-la viva. As facadas perfuraram seu abdômen, braços e ombros. Não se trata, porém, de um episódio isolado de violência doméstica, mas sim o resultado de anos de ameaças sistemáticas que misturam misoginia, perseguição política e falhas crônicas do Estado, segundo ela relata.
Documentos obtidos pela Agência Pública revelam que nem mesmo os cinco boletins de ocorrência, a inclusão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e uma medida protetiva concedida cinco dias antes do ataque foram suficientes para livrar a influenciadora da agressão que quase a levou à morte.
Com quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais, Laura Sabino é uma das vozes mais conhecidas da esquerda na internet. Aos 25 anos, a estudante de História produz conteúdo sobre política desde 2019, e vários de seus posts “furaram a bolha” e viralizaram para fora do seu público – como quando fez um vídeo rebatendo argumentos do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira sobre o escândalo do INSS.
Naquela sexta-feira, a influenciadora havia comprado um bolo e preparado suco para receber o pai, que estava voltando de um pós-doutorado em Portugal. Sabino tem uma profunda iração por ele, que foi o primeiro da família com formação superior, depois de vender salgados na rua para ajudar na renda da família. Ele trabalhou como professor da rede pública mineira por duas décadas e, hoje, dá aulas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde a filha também estuda.
Dois dias antes do ataque, um influenciador de direita com milhares de seguidores publicou uma fake news sobre Sabino, em que a associava a drogas e a acusava de maltratar funcionários de um prédio na Zona Sul de Belo Horizonte (onde ela nunca morou). Ela desmentiu e anunciou medidas judiciais contra o autor do post, mas ainda assim, a mentira se espalhou como rastilho de pólvora.
Nas 48 horas seguintes, a influenciadora recebeu uma montanha de mensagens de ódio e sofreu a tentativa de assassinato. Para ela, os fatos podem estar relacionados. Durante o ataque, de acordo com a influenciadora, o irmão fez menções que remeteram à notícia falsa. “Ele disse que eu era um personagem da internet, que defendo patifarias, que por isso eu estava me fodendo na internet”, afirma.
Há anos a influenciadora é atacada nas redes sociais pelos seus posicionamentos políticos, o que quase sempre descamba para agressões e ameaças. Uma das situações traumáticas foi quando usuários anônimos viralizaram um vídeo pornô como se fosse ela nas imagens – na verdade, era apenas uma outra mulher ruiva.
Sabino registrou três boletins de ocorrência relatando as ameaças, mas nada aconteceu. Com medo de os ataques ultraarem o ambiente virtual e ameaçarem a sua integridade física, ela decidiu sair de casa e ou a alternar hospedagens em casas de parentes e amigos. Foi neste contexto que Sabino ou a também ser constrangida e ameaçada pelo irmão, cujo nome não será divulgado à pedido da família.
Áudios e mensagens a que a reportagem teve o mostram que ele ligava para a irmã várias vezes por dia, a chamava de “vagabunda” e outras palavras de baixo calão, dizia que iria para casa dela pegar “tudo o que tinha dentro” e fazia ameaças com tom violento.
Em 4 de setembro do ano ado, Sabino participou de uma audiência pública sobre violência de gênero contra mulheres ligadas à política em Minas Gerais, em que relatou como as ameaças nas redes sociais se aproximavam cada vez mais de sua vida privada. Em dezembro, ela foi incluída no Programa de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos.
A influenciadora também pediu uma medida protetiva com base na Lei Maria da Penha contra o irmão, que foi autorizada em 10 de março – apenas cinco dias antes da tentativa de feminicídio. No entanto, ele foi notificado pela Justiça apenas na semana seguinte ao crime.
Com medo do que poderia acontecer e se sentindo desamparada, Sabino escondeu facas e objetos cortantes de sua casa, ou a evitar espaços abertos em eventos, reduziu a participação no cursinho comunitário que atua e diminuiu sua presença online.
No áudio a que a reportagem teve o e que consta na medida protetiva, o agressor reproduz falas sexistas e homofóbicas. “Você paga simpatia para todo mundo, para essas bichas, essas pessoas aí. Você desde pequena sabe que eu não colo com esse povo, com essas patifarias, e vem me abraçar”, disse o irmão de Sabino. “Você é uma vagabunda que nem minha mãe falou”.
Sabino se recorda que, na ocasião, ela estava feliz porque o cursinho popular que ajudou a idealizar estava para começar a funcionar. Animada, deu um abraço no irmão. Ele se trancou no quarto e mandou um áudio a chamando de “filha da puta” e “desgraçada”, seguido das críticas ao cursinho e a culpando pelo seu quadro depressivo.
Nas semanas seguintes, depois de ligar diversas vezes para a irmã, que evitava atender, ele mandou uma mensagem ameaçadora. “Mas alguém podia tanto te matar, vei. Na moral. Vagabunda”, escreveu.
Nos meses anteriores ao crime, Sabino e seu pai procuraram formas de lidar com a situação. Eles pagavam por tratamento especializado para o irmão, mas perceberam que o seu quadro de saúde mental se deteriorava. Pediram ajuda a unidades de saúde que pudessem oferecer internação, mas não encontraram vaga pelo sistema público e os preços de clínicas particulares avam das dezenas de milhares de reais, o que é incompatível com o orçamento da família.
Com a relação impossível dentro da casa do pai, o irmão foi morar com uma tia na metade do ano ado. Depois, no fim de 2024, se mudou para a casa da mãe, que, segundo a família, deixou o convívio com os filhos quando eles ainda eram crianças, sem participação emocional ou financeira durante o crescimento deles.
A Agência Pública tentou contato com a defesa do irmão de Sabino mas, segundo a Defensoria Pública de Minas Gerais, ainda não houve designação de um defensor para o caso.
Segundo Sabino, o agressor saiu cedo da casa onde estava morando nos últimos meses e foi de ônibus até onde a irmã estava. Chegando lá, por volta das 10h, ele pulou o muro [o barulho que Sabino escutou] e pegou o que encontrou na cozinha: duas facas de serra. Se encaminhou ao quarto de Sabino e imediatamente começou a golpeá-la.
Ela só teve tempo de levar os braços para a frente do rosto, no intuito de se defender. Ela inicialmente achou que estava recebendo socos, até começar a sentir uma ardência incomum e algo quente escorrendo. Foi então que olhou para baixo, viu o chão cheio de sangue e entendeu que na verdade estava sendo esfaqueada. “Pensei que ia morrer. Sentia meu corpo ficando mais fraco. Esse episódio aconteceu em uns 20 minutos, mais ou menos, mas na minha cabeça foram duas horas”, diz.
Entre luta física e desmaios, a influenciadora sentiu algo gelado em sua perna e um cheiro forte. Nesse momento, ela percebeu que ele tinha jogado álcool gel em seu corpo e estava tentando a matar queimada. “Senti que a cama deu um desnível, como se ele tivesse se levantado. Abri o olho e vi ele indo na mochila dele pegar o fósforo. Nessa hora saí correndo, consegui pegar o celular e corri”, conta ela. “Quando ei da porta do quintal, liguei pro meu namorado e falei: “Ele me matou. Ele conseguiu. Eu vou morrer”.
O autor foi preso em flagrante, que depois foi convertida em prisão preventiva. Hoje ele segue preso em Belo Horizonte, enquanto aguarda julgamento.
A família diz não saber ao certo o que levou o agressor a cometer um ato tão extremo. O relacionamento era marcado por conflitos e episódios de agressividade, mas ninguém imaginava que a situação pudesse chegar a uma tentativa de feminicídio. No entanto, eles levantam algumas hipóteses.
Segundo Sabino, o irmão apresentava piora na saúde mental e nos episódios violentos, e o tom ameaçador teria se agravado com a notícia do pós-doutorado de seu pai. As intimidações também teriam aumentado depois que ele se mudou para a casa da mãe e interrompeu o tratamento psiquiátrico.
No boletim de ocorrência registrado no dia do crime, o agressor disse a sua versão. “Segundo o autor, ele pulou a janela e foi para matá-la e posteriormente cometer autoextermínio, utilizando álcool e fogo. Ele alega que queria fazer isso para atingir o pai e deixá-lo com remorso, pois alega que o pai tem o hábito de tomar o seu dinheiro”, diz o documento.
Dois áudios a que tivemos o, porém, contam uma história diferente. Neles, o agressor fala que não queria trabalhar e esperava ter o ao dinheiro do pai. Em uma das mensagens, ele diz que iria tentar uma perícia com um médico, que não ia trabalhar “nem fodendo”, e que o ano foi “sabático”.
Em outra mensagem, ele diz ao amigo que esperava que o pai voltasse do pós-doutorado “com mais dinheiro”. “Ele deve comprar uma casa pra ele, ele já tem uma casa aqui, deve vender. A vida dele vai melhorar muito financeiramente, aí deve mandar dinheiro pra mim, fico suave. E aí, quando ele falecer, é que nem Munhoz e Mariano [Recita a música “Camaro amarelo”, da dupla sertaneja]: Aí veio a herança do meu velho e resolveu os meus problemas, minha situação. E do dia pra noite fiquei rico, tô na grife, tô bonito, tô andando igual patrão. Aí vou ficar doce igual caramelo, viado”.
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]]>Mais de 6 mil crianças foram resgatadas em dois anos; maioria dos casos envolvia riscos à saúde e à vida
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]]>Mais de 6,3 mil crianças e adolescentes foram resgatadas de situações de trabalho infantil no Brasil entre 2023 e abril de 2025, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A maioria dos casos, 86%, envolvia as piores formas de exploração, com risco à saúde, acidentes e até mortes. Procuradora do MTE e ex-coordenadora nacional de combate ao trabalho infantil, Elisiane Santos relaciona a permanência dessa violação de direitos à precarização do trabalho para os adultos.
“Se nós temos crianças e adolescentes trabalhando, é porque nós temos também uma condição muito precarizada do trabalho adulto”, afirma Santos, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. “A maioria das famílias onde existe trabalho infantil vive situações em que crianças e adolescentes terminam ingressando nesse trabalho para ajudar na renda”, explica.
Em 2015, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar o trabalho infantil até 2025, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Para a procuradora, o resultado está longe de ser alcançado. “Nós já tínhamos uma meta anterior que não foi atingida. Infelizmente, não será atingida mais uma vez”, avalia.
Elisiane Santos indica que, apesar dos avanços desde os anos 1990, quando 9,6 milhões de crianças eram exploradas, houve uma estagnação no combate ao trabalho infantil durante o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PT), resultado da descontinuidade de políticas públicas. Durante sua gestão, Bolsonaro insinuou que o trabalho infantil não prejudicaria crianças.
Segundo ela, a reversão dessa realidade exige uma série de medidas para o país enfim atingir o fim do trabalho infantil. Entre elas, Santos destaca geração de renda para famílias vulneráveis, políticas afirmativas como a Lei da Aprendizagem (que determina que todas as empresas no Brasil com mais de sete empregados contratem jovens aprendizes), ampliação da educação integral e ações de combate ao racismo e à desigualdade de gênero.
“[O trabalho infantil] é uma realidade muito perversa, que afeta principalmente crianças negras e em situação de vulnerabilidade social”, aponta a promotora. “A maior parte dessas crianças vem de famílias chefiadas por mulheres negras. E muitos casos acontecem nas cadeias produtivas, de forma invisível, onde grandes empresas se beneficiam do trabalho precarizado”, destaca.
De acordo com ela, o racismo culmina na naturalização da exploração. “Tem muitos casos óbvios, mas estamos tão acostumados que não vemos. Crianças trabalhando em barracas de praia, nos semáforos, ou ‘ajudando’ em casas, quando, na verdade são responsáveis por todo o trabalho doméstico. É trabalho infantil. E a nossa atuação é para proteger, não punir essas famílias”, diz.
A denúncia é importante para que o Ministério Público do Trabalho possa atuar. Casos de trabalho infantil podem ser informados pelo site www.mpt.mp.br ou pelo Disque 100, que encaminha a informação à rede de proteção da criança e do adolescente.
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
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]]>Exposição “Que país é este?” apresenta acervo de um dos nomes centrais do cinema politico brasileiro
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]]>Chega a Brasília a exposição Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira, 1964-1985, reunindo filmes, fotografias e reportagens produzidas ao longo de duas décadas pelo cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky. Com entrada gratuita, a mostra será aberta nesta quinta-feira (12), às 19h, no Museu Nacional da República, e conta com visita guiada pelo próprio autor, seguida de sessão de autógrafos do catálogo.
Organizada pelo Instituto Moreira Salles (IMS), a exposição apresenta um panorama potente das décadas de chumbo por meio da lente de Bodanzky — diretor de Iracema, uma transa amazônica (1974), longa premiado internacionalmente, mas censurado no Brasil. As obras abordam temas ainda atuais, como repressão, desigualdade, destruição ambiental e as lutas populares.
Quatro grandes projeções contínuas exibem trechos de sete filmes do cineasta e reportagens audiovisuais realizadas para a televisão alemã, além de imagens em super-8 que integram o acervo do IMS. A narrativa visual se organiza em torno de eixos temáticos como exploração do trabalho, religiosidade popular, movimentos de resistência e diferentes visões de progresso. Cada projeção tem duração de cerca de 25 minutos.
Para Jorge Bodanzky, a mostra é resultado de décadas de trabalho contínuo com diferentes linguagens. “É realmente incrível a possibilidade de poder mostrar ao público meus arquivos de filmes, fotografias, vídeos e super-8 simultaneamente. Isso só foi possível porque, ao tempo em que eu filmava, ia fotografando e registrando para mim, como numa espécie de caderno de notas, todas as experiências vividas, os fatos observados. ados tantos anos, fica nítido que esse vasto material compõe um todo, uma parte iluminando a outra e formando um conjunto único, orgânico.”
A escolha do recorte histórico é também uma provocação necessária. “Escolher o período da ditadura militar é igualmente oportuno, pois sem uma leitura lúcida do ado, que talvez a exposição provoque, não conseguiremos vislumbrar um futuro democrático e livre para o nosso país”, afirma Bodanzky.
A mostra já ou por São Paulo e Fortaleza e conta com curadoria de Thyago Nogueira, assistência de Horrana de Kássia Santoz e pesquisa de Ângelo Manjabosco e Mariana Baumgaertner. Segundo Nogueira, parte significativa do material permanece pouco conhecida:
“Boa parte desta produção ainda é pouco conhecida, seja em razão da censura da época, da falta de financiamento nacional ou do reduzido circuito de exibição dedicado ao cinema ativista. Em conjunto, esta obra revela o papel crucial das imagens na luta por direitos e na compreensão do panorama complexo e muitas vezes contraditório do país. A produção de Bodanzky é um convite urgente e atual para repensar a democratização do país e a renovação do cinema político, ” diz o curador.
Nas paredes do museu, os visitantes também poderão ver fotografias realizadas nas décadas de 1960 e 1970, incluindo imagens experimentais em Brasília e registros de reportagens feitas para revistas como Realidade. A composição visual de Bodanzky frequentemente utiliza o para-brisa de carros, helicópteros ou aviões como moldura para as cenas, recurso que revela o olhar narrativo e cinematográfico do autor.
A diretora do Museu Nacional da República, Fran Favero, celebra a chegada da mostra à capital. “É um imenso privilégio receber a produção de Bodanzky em Brasília, cuja trajetória está marcada por sua agem pela cidade e pela UnB. O Museu Nacional da República Honestino Guimarães possui em seu próprio nome uma homenagem a um dos muitos desaparecidos políticos da ditadura,” ressalta Favero.
Um catálogo acompanha a mostra, com fotografias, cronologia detalhada e textos de autores como Ailton Krenak, Claudia Mesquita, Joel Zito Araújo, Luara Macari e da própria curadora Horrana de Kássia Santoz, além de uma entrevista com Bodanzky.
Nascido em São Paulo em 1942, filho de austríacos que fugiram da perseguição nazista, Bodanzky entrou em 1964 na segunda turma da Universidade de Brasília. Com o endurecimento da repressão, mudou-se para a Alemanha em 1966, onde estudou cinema com Alexander Kluge. De volta ao Brasil em 1968, trabalhou como fotógrafo nas revistas Manchete e Realidade e foi diretor de fotografia no Cinema Marginal. Em 1971, estreou na direção com Caminhos de Valderez, filmado em Brasília.
Durante os anos da ditadura, percorreu sobretudo as regiões Norte e Nordeste, documentando tanto a riqueza cultural quanto a violência no campo e a devastação ambiental promovida pelas políticas do regime militar. Suas obras denunciaram a realidade brasileira, desafiando a censura e os limites entre ficção e documentário.
Exposição: Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira, 1964-1985
Abertura: 12 de junho, às 19h — com visita guiada por Jorge Bodanzky e sessão de autógrafos do catálogo
Período de visitação: Até 21 de setembro
Local: Museu Nacional da República Honestino Guimarães — Setor Cultural Sul, Lote 2, Brasília – DF
Horário: Terça a domingo, das 9h às 18h30
Entrada gratuita
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]]>Inquérito apura se aeródromo Bom Futuro está sobre áreas públicas e de conservação transferidas ilegalmente ao grupo
O post Família Maggi é investigada pelo Ministério Público por ter aeroporto do agro supostamente em terras públicas apareceu primeiro em Brasil de Fato.
]]>O Ministério Público do Mato Grosso (MP-MT) instaurou um inquérito para apurar se o aeroporto privado da família Maggi Scheffer, dona do Grupo Bom Futuro, uma gigante do setor agropecuário, está ilegalmente sobreposto a terras públicas e áreas de conservação ambiental. O dono do conglomerado, Eraí Maggi Scheffer, é primo do ex-ministro da Agricultura do governo Temer, ex-governador do Mato Grosso e bilionário Blairo Maggi (PP).
O Aeródromo Bom Futuro fica na área rural de Cuiabá, é destinado à aviação executiva do agronegócio e opera em média 45 voos diários, transportando 20 mil ageiros ao ano. Construído em 2011, o campo de avião segue expandindo: um novo e luxuoso terminal foi inaugurado no final de maio.
A 17ª Promotoria de Justiça de Cuiabá investiga uma suposta transferência irregular da área ao grupo Bom Futuro. O inquérito civil aponta que o Loteamento Parque Bandeira, onde o aeródromo está, se constituiu em 1978 e teve a destinação, com registro em cartório, de 11 hectares para vias públicas e quatro hectares para reserva florestal.
O empreendimento, portanto, não pode se sobrepor e nem impedir o o público a essas áreas e ruas. De acordo com a promotora de Justiça Maria Fernanda Correa da Costa, houve a “ocupação e privação de bens públicos por particulares”.
A informação foi revelada por uma matéria do UOL. Segundo a reportagem, apesar da posse de uma parte do Loteamento Parque Bandeira ter sido comprado pelos Maggi Scheffer, a família tenta regularizar a propriedade por meio de ações de usucapião.
Instrumento jurídico para regularizar a propriedade de terras depois de estarem ocupadas por mais de 15 anos e quando não há contestação do dono, o usucapião não vale quando o bem é público. Em portaria publicada em abril, a promotora afirma que os Maggi Scheffer estão apresentando “informações inverídicas”, omitindo a natureza pública do terreno, para “induzir o sistema de Justiça” a conceder o usucapião.
Enquanto isso o aposentado Aniz Bechara, de 89 anos, move uma batalha jurídica contra os Maggi e os Scheffer, que estão entre as famílias mais ricas do mundo segundo a revista Forbes.
O idoso reivindica a área de 300 hectares dentro da qual está o aeródromo, alegando que os lotes eram originalmente de seu pai, Feres Bechara, e que foram invadidos. Já os gigantes do agro alegam que a terra estava sendo ocupada por terceiros, de quem compraram. Foi no âmbito deste litígio que, a pedido da defesa dos Bechara, o MP-MT abriu o inquérito.
Procurado pelo Brasil de Fato, o Grupo Bom Futuro afirma a investigação tem origem em “representação formulada por terceiros que não se conformam com decisões judiciais regularmente proferidas em ações de usucapião ajuizadas por legítimos possuidores de imóveis no Loteamento Parque Bandeira, muitas já confirmadas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e pelo Superior Tribunal de Justiça.
“É lamentável que, após décadas de abandono das áreas, determinados interessados venham, com aparente má-fé, tentando reverter, por vias indiretas, decisões judiciais legítimas que reconheceram a aquisição e a regularização fundiária dos imóveis”, opina a nota do conglomerado do agronegócio.
De acordo com o Bom Futuro, “as posses foram adquiridas onerosamente de antigos ocupantes, muitos com mais de trinta anos de ocupação pacífica, contínua e de boa-fé. A regularização ocorre por meio de ações judiciais com contraditório pleno, ampla produção de provas e intimação das Fazendas Públicas, incluindo o Município de Cuiabá, que se manifestou expressamente nos autos, afirmando não ter interesse nas áreas, por se tratar de bens particulares”. Por fim, o grupo empresarial considera que “a alegação de usurpação de bem público não se sustenta”.
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]]>Promotor defende que aumento de casos seja tratado como questão de saúde pública
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]]>Os casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ quase dobraram a cada cinco anos na zona Sul de São Paulo (SP), segundo um levantamento da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, em parceria com o Ministério Público. Entre 2014 e 2023, o número de atendimentos a vítimas cresceu mais de 1.100%, chegando a quase 14 mil casos registrados só no ano ado. As violências envolvem desde agressões físicas e psicológicas até abusos sexuais e tortura. A maioria das vítimas são mulheres trans, e mais de 40% dos casos envolvem pessoas negras ou pardas.
Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, nesta quinta-feira (12), o promotor de justiça Reinaldo Mapelli comentou os dados e destacou a importância da notificação no sistema de saúde. “De um lado, me parece que os profissionais da saúde estão mais preparados para ouvir esse tipo de público”, afirma. “De outro lado, mostra o aumento da violência”, indica.
Mapelli também defendeu que esse tipo de violência seja tratado como questão de saúde pública, uma vez que as vítimas geralmente buscam atendimento em prontos-socorros ou serviços de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). “O profissional de saúde tem que estar preparado, ter acolhimento, escuta […] e aí fazer um encaminhamento, inclusive no âmbito social”, explica. “Se houve crime, tem que ser encaminhado para a polícia, para o MP tomar as providências”, acrescenta.
As mulheres trans, segundo ele, “são mais vulneráveis, agredidas, sofrem mais e precisam de maior proteção”. “A tendência é que elas vivam só até 35 anos. Esse é um dado muito triste”, lamenta. “Tem que ter políticas realmente eficazes para cuidar dessa população”, clama. Ele defende a promoção de empregos decentes, banheiros inclusivos, além da atuação eficaz e respeitosa dos profissionais de saúde.
Mapelli aponta ainda a necessidade de mudanças estruturais e educacionais para combater o preconceito, e ressaltou que já existem instrumentos legais para punir os agressores. “O Supremo Tribunal Federal reconheceu como crime de racismo a homofobia e a transfobia. […] Hoje há uma preocupação, especialmente do Ministério Público, em ter um olhar para esse tipo de população”, destaca.
Embora defenda punições, o promotor acredita que só elas não resolvem o problema. “Nós temos que mudar a mentalidade de uma boa parte da população […] Precisamos mudar as estruturas das instituições, das empresas, para que não haja esse preconceito”, destaca. “É um trabalho social, mas o trabalho punitivo também é importante e ele tem aumentado”, pondera.
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
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]]>Peça é gratuita e segue em cartaz até domingo (15)
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]]>Brasília recebe, a partir desta quinta-feira (12), o espetáculo “Tropicália”, da Cia. Infiltrados Teatro de Ocupação. As apresentações seguem até domingo (15), sempre às 20h, no Ateliê Eco Arte, na Asa Sul. A entrada é gratuita mediante doação de um litro de leite.
A peça marca os dez anos da companhia brasiliense, fundada em 2025. Com proposta imersiva, a montagem revisita a Tropicália, movimento que revolucionou a cultura brasileira entre 1968 e 1969, em meio à ditadura militar.
Dessa forma, o público é convidado a vivenciar a atmosfera criativa e contestadora da época. Música, teatro, cinema, literatura e artes plásticas se entrelaçam para retratar um período marcante da história nacional.
A direção é de Abaetê Queiroz, que também atua no espetáculo. O elenco conta ainda com Amanda Coelho, André Araújo, Bárbara Gontijo, Luciana Lobato, Juliana Drummond, Marcellus Inácio, Wander Britto e Diogo Cerrado, que assina a direção musical.
Além disso, a estreia terá interpretação em Libras. Já a sessão de sexta-feira (13) contará também com audiodescrição. O projeto é viabilizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF).
Segundo Queiroz, o objetivo é resgatar a força coletiva dos artistas da época. “Mesmo sob repressão, criaram uma estética crítica e inovadora sobre o Brasil. Essa energia ainda ecoa nas artes de hoje”, afirma.
Data: de quinta (12) a domingo (15), às 20h
Local: Ateliê Eco Arte (SHIP, Asa Sul – Brasília/DF)
Ingressos: plataforma Sympla – entrada gratuita mediante doação de 1 litro de leite
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]]>Ele estava detido desde segunda-feira e em greve de fome
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]]>O ativista brasileiro Thiago Ávila deve ser deportado de Israel ainda nesta quinta-feira (12), segundo seus advogados. Ele teria sido encaminhado ao aeroporto internacional israelense de Ben Gurion após ar três dias detido em prisões do país.
Ele havia sido preso na última segunda-feira (9) junto a outros 11 ativistas que tentavam levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza na Flotilha da Liberdade. A iniciativa de entidades de diferentes países desafia o bloqueio imposto por Israel ao território palestino e o uso deliberado da fome como arma do genocídio em curso.
O barco foi detido pela Marinha Israelense em águas internacionais do Mar Mediterrâneo a mais de 100km de distância de Gaza.
No dia anterior, ele havia sido levado para a solitária de um centro de detenção, em uma cela escura e sem refrigeração após se negar a o documento de deportação e anunciar uma greve de fome. Israel também ameaçou deixá-lo na solitária por sete dias sem contato com a defesa.
A Coalizão da Flotilha da Liberdade, fundada em 2010, é um movimento internacional não violento de solidariedade com os palestinos que exige o fim do bloqueio à Faixa de Gaza por razões humanitárias e políticas. Entre os integrantes da flotilha deste ano, estava a sueca Greta Thunberg.
Mais de 55 mil palestinos da Faixa de Gaza já foram mortos por israelenses desde 7 de outubro de 2023, a grande maioria de mulheres e crianças.
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]]>‘Povo Maravilha’ abriga cerca de 200 famílias em situação de vulnerabilidade
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]]>A ocupação Povo Maravilha, na zona portuária do Rio, reforçou a campanha de doação de mantimentos para as famílias acampadas. Entre os principais necessidades neste momento estão alimentos, água, gás de cozinha, lona grossa e material de limpeza.
Cerca de 200 famílias organizadas no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pressionam o governo a efetivar políticas de moradia popular no local. A ocupação tem recebido a visita e o apoio de políticos e lideranças religiosas desde a sua consolidação há duas semanas.
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As doações em dinheiro podem ser realizadas via PIX ([email protected]). A comunidade organizou uma cozinha solidária onde são preparadas as refeições.
Segundo MTST, foram entregues menos de 1% das moradias populares previstas no Plano de Habitação de Interesse Social (PHIS) na região do Porto Maravilha. As obras de revitalização da região receberam investimentos públicos desde antes Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Na última semana, o prefeito Eduardo Paes (PSD) assinou um acordo em que se compromete com a construção de moradia popular no local por meio do programa Minha Casa Minha Vida. O terreno abandonado na av. Rodrigues Alves, n° 827, pertence à empresa pública federal Docas (PortosRio).
A companhia Docas suspendeu a reintegração de posse na Justiça do Rio para prosseguir com a negociação com o MTST. Ainda não há data para audiência de conciliação entre as partes.
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]]>Movimentos ambientalistas e o deputado Carlos Minc atuam para recorrer da determinação
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]]>Na última terça-feira (10), a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria de votos, manteve a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que autorizou o prosseguimento das obras de uma tirolesa entre os morros do Pão de Açúcar e da Urca, no município do Rio de Janeiro.
O colegiado não conheceu do recurso especial interposto pelo Ministério Público Federal (MPF), por entender que não podia ser analisado porque não cumpria os critérios exigidos por lei. O pedido foi rejeitado por 4 votos a 1.
Segundo o ministro Francisco Falcão, relator do caso, os elementos trazidos aos autos apontam que a descontinuidade das obras causaria mais prejuízos do que a finalização do empreendimento.
“Entender de forma diversa do acórdão ora combatido, impedindo que fossem concluídas as intervenções que estavam na iminência de se encerrar, representaria um verdadeiro contrassenso, diante dos evidentes danos à paisagem causados pela manutenção de tapumes e lonas que envolvem os morros, instalados por motivos de segurança”, destacou o ministro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o anteprojeto em 2022 e, meses depois, autorizou a execução da obra, que começou em setembro daquele ano. Porém, no início de 2023, o órgão mandou paralisar o trabalho por constatar que a empresa Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (CCAPA) realizou perfurações não autorizadas na rocha, além de derramar resíduos nas pedras.
Em resposta, a empresa apresentou novos estudos técnicos e um sistema de contenção de detritos. Em fevereiro, o próprio Iphan voltou atrás e recomendou a retomada da construção, com exigência de um plano diretor e monitoramento.Em resposta, a empresa apresentou novos estudos técnicos e um sistema de contenção de detritos. Em fevereiro, o próprio Iphan voltou atrás e recomendou a retomada da construção, com exigência de um plano diretor e monitoramento.
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O deputado estadual Carlos Minc (PSB), junto com movimentos ambientalistas tem atuado para impedir o prosseguimento das obras. Em artigo para o Brasil de Fato, o parlamentar destacou que “defende o turismo, o ecoturismo, a ibilidade, uma visitação consciente, mas muitas vezes as pessoas se curvam ao interesse econômico imediatista e predatório que pode ter como consequência até a redução do próprio turismo”. Minc afirma que o movimento recorrerá à decisão.
“Estamos agora estudando como recorrer dessa decisão antiecológica. Infelizmente, as pressões econômicas a favor das obras são muitas. Até agora, por exemplo, não consegui colocar em votação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) projeto de lei que impede qualquer descaracterização da encosta dos morros da Urca e do Pão de Açúcar. A manutenção da vegetação no Morro da Urca impediria a ampliação da ocupação do seu topo; como pretendido pelo projeto de instalação da tirolesa, que prevê a retirada de várias árvores”, detalhou no artigo.
O Brasil de Fato não conseguiu retorno da Procuradoria-Geral da República (PGR) até o fechamento da reportagem.
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